O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou um conjunto de ações de prevenção, controle e redução de danos relacionados às apostas virtuais. As medidas foram anunciadas durante reunião da Comissão da Saúde na última quarta-feira (11).
“Defendo que a gente possa debater ainda mais a regulação. Há experiências internacionais, em que as próprias plataformas conseguem identificar pessoas pelo F que estão começando a fazer uso abusivo”, disse o ministro.
Dados do Sistema Único de Saúde apontam para uma alta de atendimentos ambulatoriais relacionados a "transtorno do jogo" e "mania de jogos de aposta". Em 2018, foram 111 casos registrados, número que chegou a 1.292 no ano ado.
Outro levantamento, feito pela Unifesp, aponta que cerca de 10,9 milhões de pessoas fazem uso arriscado de apostas.
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Essa classificação de risco é feita a partir de perguntas que mapeiam os hábitos dos jogadores. Apostar mais do que poderia perder e tentar recuperar o dinheiro perdido com novos jogos são alguns dos comportamentos considerados de risco. Entre os jogadores de “bets”, 66,8% estão nessa classificação. O percentual é bem menor entre apostadores de outras modalidades (26,8%).
A pesquisa analisou dados de 16 mil pessoas com mais de 14 anos, e concluiu que 9,3 milhões de brasileiros jogam nas bets.
O estudo também acendeu o alerta para a prática de apostas por adolescentes. Cerca de 10,5% dos jovens entre 14 e 17 anos disseram ter jogado no último ano, e 55,2% dos apostadores nessa faixa etária estão na zona de risco.
Para os pesquisadores, restringir propagandas e patrocínios de empresas de apostas que levam menores de idade a consumir esses conteúdos estão entre as medidas para proteger a saúde da população. Outra iniciativa seria a promoção de campanhas que mostrem que comportamentos de risco não são normais. Abandonar o discurso de que é possível jogar de forma "responsável" é mais uma das recomendações dos especialistas.
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